ANAIS 2014
ESTUDO DO COMPLEXO AMBLYOMMA CAJENNENSE NO BRASIL.
Autor(es): Thiago Fernandes Martins, Amália Regina Mar Barbieri, Francisco Borges Costa, Cássio Roberto Leonel Peterka, Richard de Campos Pacheco, Flávio Aparecido Terassini, Luís Marcelo Aranha Camargo, Ricardo Augusto Dias, Alessandra Scofield, Artur Kanadani Campos, Diego Garcia Ramirez, Arlei Marcili, Darci Moraes Barros-Battesti, Marcelo Bahia Labruna

ESTUDO DO COMPLEXO AMBLYOMMA CAJENNENSE NO BRASIL.
» Área de pesquisa: ACAROLOGIA
» Instituição: Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo.
» Agência de fomento e patrocinadores: CNPq; CAPES; FAPESP.
Trabalhos prévios de biologia, genética e morfologia demonstraram que Amblyomma cajennense sensu lato (s.l.) é um complexo de seis espécies, cada uma associada a uma área biogeográfica nas Américas. Neste contexto, o presente estudo conduzido no Brasil realizou análises morfológicas e moleculares de carrapatos adultos depositados em coleções acarológicas brasileiras (CNC e IBSP) e de carrapatos coletados em trabalhos de campo por diferentes regiões do território nacional. Nas coleções examinadas, foram confirmadas apenas duas espécies [Amblyomma cajennense sensu stricto (s.s.) e Amblyomma sculptum] para o país, sendo que a principal diferença morfológica entre elas é o formato da abertura genital de fêmeas. Nos trabalhos de campo, foram identificados morfologicamente um total de 461 machos de A. cajennense s.l., 249 fêmeas de A. cajennense s.s. e 463 fêmeas de A. sculptum. Também foram classificadas geneticamente, por sequenciamento de DNA de uma porção do gene ITS2, 29 machos e 9 fêmeas de A. cajennense s.s. e 51 machos e 7 fêmeas de A. sculptum. Os resultados demonstraram a presença de A. cajennense s.s. em áreas do bioma Amazônia ou de transição de Amazônia para Cerrado, incluindo os estados do Pará, Rondônia, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso. Ressalta-se o encontro de uma única fêmea de A. cajennense s.s. no município de Porangatu, no extremo norte de Goiás, na divisa com Tocantins. Já A. sculptum esteve presente tipicamente em áreas de Cerrado (incluindo Pantanal) e em áreas degradadas dos biomas Mata Atlântica e Amazônia, incluindo os estados do Pará, Rondônia, Tocantins, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Salientam-se um achado na Caatinga de A. sculptum no município de Campo Formoso na Bahia e ausência de carrapatos deste complexo no bioma Pampa. Estes dados indicam que o papel destas duas espécies na transmissão de patógenos para animais e humanos deve ser reavaliado de acordo com seu novo status taxonômico.